segunda-feira, 11 de outubro de 2010

NOITE ORELHADA : Gozo em pleno delirio sacrificial


O movimento

Anotem: Rubens Herbst é o nome do responsável para que a tão esperada e necessária revitalização do rock incedeie-se pelas plagas catarinenses. Ele, juntamente com a a colaboração de sua trupe, é o responsável pelo Noite Orelhada, eventos já famosos em Joinville. Pudemos perceber in loco, que a N.O. é muito mais que uma vitrine. É um núcleo, responsável por imprimir cultura musical, um celeiro onde o público tem a oportunidade de interagir com as bandas participantes de forma intensa, em busca de som autoral, emancipando-se da ditadura das covers.
Se o prazer de Zoidz tocar em Joinville a convite do N.O., com tamanha receptividade nos causa surpresa, imagine a delícia que é ver toda aquela gente atenta e imersa no universo de bandas com diferentes propostas musicais (de própria autoria). Grande imagem.
Queremos ver o movimento do N.O. crescer, e que finalmente esse formato possa ser exportado à outras cidades do estado. Ele nos mostra que por trás das imensas indústrias joinvillenses há outras grandiosidades, tão importantes, bandas muito boas por lá. Anotem estes nomes: Bela Infanta e Sexy Pearl. Vão dar o que falar. 

O palco

Profissionalismo. técnicos de som, qualidade e disponibilidade de equipamentos, potência e excelente definição de frequências. Com esses afrodisíacos, só poderíamos nos entregar a orgia sonora. A coisa começou, nem sei bem como ou por onde. Dudz massacrou a caixa, seus olhos fechavam de gozo em pleno delírio sacrificial. Que cena. A pobre não resistiu, e o hímem foi rompido logo pelas primeiras músicas. Por sorte bons samaritanos emprestaram outra, para que enfim, o ritual prosseguisse. Nemmo estava embrujado naquela noite. Sua voz cobriu os espaços invisíveis, com supremacia. Seria alguma inspiração secreta? O baixo gorduroso escorregava com algum drive trazendo a platéia para o show. Nessa hora apenas lembro de meus anjos e demônios copulando, enquanto a guitarra gentilmente se oferecia a mim. O meeting avançou até o derradeiro final, que não foi tão final assim: voltamos a tocar mais duas. Dali em diante foi o etéreo. A alma já estava lavada, e a garganta encharcada. Como desci do palco, já não me lembro. E o delírio me acompanhou durante os 180 km de volta.

Obrigado Joinville.

sexta-feira, 19 de março de 2010

NETUNO ROCK FESTIVAL


Uma celebração. Uma confraternização entre amigos, ou o resgate da essência do rock em uma ilha cercada de reaggae e pop por todos os lados? Acho que no caso da Netuno Rock Festival foram ambos. A idéia do show nasceu do Paulão, figuraça da cena underground. Traz no curriculo, e tatuado em sua alma a essencia do som visceral. Foi baixista do SxTxIx, marca registrada de pauleira comendo solta. O cara além de tudo é um grande ativista de causas sociais e agitador da cena cultural. Resultado: não poderia ser diferente, juntou sua sede por justiça, com o rock´n´roll, em um evento que reuniu roqueiros de diversas tribos, arrecadação de agasalhos, e muito som. Esse foi o retrato do seu aniversário. É assim que este cara decidiu comemorar mais uma volta da terra ao redor do sol. Paulão, segue nosso agradecimento a sua inabalável capacidade de realização! Fiquem agora com as próprias palavras do cara:


O Rock’n’roll e suas infinitas vertentes é uma manifestação cultural e artística, que vem desde o início dos anos 60 encantando as pessoas das mais diversas idades e classes sociais, com a sua mensagem mágica, simples e carismática, que emociona, liberta, diverte e transmuta conceitos arraigados.

Associar arte com solidariedade é uma fórmula perfeita para unirmos forças em prol das pessoas necessitadas. Diversas iniciativas, que utilizaram a música para veicularem mensagens positivas e também para subsidiarem recursos humanitários, materiais e financeiros se transformaram em histórias de sucesso e recentemente o clássico “We are the world” foi repaginado e gravado, para auxiliar às vítimas do Haiti. A proposta consiste em criar uma efervescência cultural jovem, por meio do lançamento de um SELO, denominado NETUNO ROCK, para desenvolver e divulgar novos talentos musicais e com o diferencial de proporcionar benefícios socioambientais.

O lançamento do SELO aconteceu no dia 16 de março, quando foi realizado o NETUNO ROCK FESTIVAL, no Espaço Cultural Sol da Terra, reunindo na mesma noite e no palco, roqueiros locais de diversas gerações e gostos.

O INSURGENTES, que é formado por Paulo Eduardo (voz e baixo), Marcelo Boratto (guitarra) e Animal (bateria) abriu o evento, unindo a força do Punk Rock com nuances psicodélicas e muita irreverência. Em seguida subiu ao palco o SUSHIROLL, que conta com Juliano (voz e baixo), Nicholas (voz e guitarra solo), Luca (voz e guitarra base) e Eduardo (bateria). Os jovens, na faixa de 18 anos detonaram músicas que orbitam entre o Surf Punk e o Hard Core. Na seqüência tocou o expressivo ZOIDZ, que já vem escrevendo importantes capítulos da história do rock de Florianópolis e que é formado por músicos super entrosados e experientes, como Nemmo (voz e baixo), Marcelo Boratto (guitarra) e Dudz (bateria). E para fechar a noite, a mais nova atração da cidade, que é composta por avatares do rock manézinho, como J. J. Fireball (voz e baixo), Alex (guitarra) e Sílvio César (bateria), que se juntaram ao talento da jovem Julie (voz e guitarra) e formaram o JACKS, que desarvorou com muita energia e talento, versões primorosas de bandas clássicas do rock, como The Doors, Led Zeppelin, Hendrix e muitas outras.

O Festival cumpriu com o objetivo de semear o SELO NETUNO ROCK. O contrabaixista e produtor cultural, Paulo Eduardo, idealizador desta iniciativa, decidiu comemorar o seu aniversário organizando este evento . O diferencial do SELO NETUNO ROCK será o de fomentar a cidadania, por meio de ações socioambientais paralelas e no seu lançamento arrecadou 80 agasalhos, que serão doados para a Comunidade Indígena, localizada às margens da BR 101.
Em breve será construído um website para fomentar a atuação do SELO e também divulgar fotos, vídeos e notícias das bandas envolvidas no projeto.

CONTATOS:
PAULO EDUARDO
(48) 8476-3129
pauloeduantunes@hotmail.com

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Curitiba 28.11.09 - Boletim de Bordo parte II



Vários amigos me pediram para relatar mais detalhes sobre o palco e o show em si, sendo assim, tentarei em breves linhas traçar uma "fotografia" do que foi a experiência de estar em Curitiba.
Reza a lenda, que Curitiba, por sua geografia e clima, por sua racionalidade no pensamento, seria um local de público de temperamento mais reservado. De antemão, não foi o que encontramos. A impressão que fica, é de um público muito receptivo e acostumado ao rock e a música experimental, independente da idade.  A platéia apresentava-se completamente heterogênea, entretanto todos muito abertos a todas as propostas musicais que percorreram aquele palco. Não encontramos posers por lá - se houvessem deveriam ser bem poucos, mas gente que demonstra que a música, e o rock, pertence as suas vidas.
 Enfim, foi muito gratificante subir ao palco nestas condições. Eu já havia dado a minha habitual calibrada na máquina, algumas smirnoff e sempre com um cubo de gelo pra rebater. Com muita cortesia o Carlos, nosso promoteur, dedicou algumas cervejas para a banda, o que serviu para manter o motor mais do que aquecido.

Lá pelas tantas, por volta de 1h00 ou mais subimos ao palco. Cabe um agradecimento especial para o técnico de som, o cara é muito bom, a todo momento fazia seus ajustes e conferia tudo, muito profissional.






O JCM estava lá com as ditas fervendo, o brilho azul intenso das válvulas de saída (logo vai ser hora de trocar as crianças). equipamento plugado, o primeiro acorde de teste. SOM. ok. Nemmo e Dudz ajustando a batera e o baixo. Subitamente some o som da guitarra, o ampli apaga. O técnico troca a tomada. O som volta. É apenas um sinal absoluto para lembrar-nos de nossa missão, o início. Diz a tradição que no princípio eram as não luzes, e o não som. era o Nada. Do nada, surgem os primeiros pratos, os agudos vão se inflitrando como baratas por baixo da porta, um toque aqui outro ali, quando se percebe o ambiente está infestado, o baixo soa grave, monocórdico, como o boom original. é mais sensação que som. Me resta costurar um caminho no meio desse abismo, um fio de melodia exótica, escorrendo como água por entre pedras cortantes. A voz da banda, personificada através do Nemmo, surge, trazendo a declamação poética de abertura. A platéia nos observa. o som cresce. A força tribal dos tambores medievais vem da mão do Dudz, que faz descer sobre todos uma avalanche. ANTONIN! O nosso hino a um dos martires dos novos tempos se faz conhecer nestas plagas. Aplausos tímidos e a expressão de surpresa na face de alguns. A lei da natureza infere que o pior está sempre por vir. E veio. O QUE NÃO PRECISO desce triturando. Aceleração de zero a cem em 2s, Rodas abrem-se como espirais humanas, agito punk no meio do público. Redemoinhos de braços e pernas, aqui e ali, abrindo-se como pústulas em um corpo infestado de varíola. Ou como flores em canteiros iluminados. Sim, é a hora de expurgarmos as infecções de nossa sociedade.
Música após música, a satisfação do público e a integração conosco é crescente. SEM TV arranca aplausos efervescentes, assim como AUTO-SUFICIÊNCIA. ASFIXIA, espalha seu caos, enquanto a população de nosso micro mundo explode em revolta. Lá embaixo, sob aplausos um elemento é retirado pelos seguranças, entre uma música e outra. O show continua, DESSA PRA MELHOR, segue com a versão de pequenas variações que temos feito. O público mais uma vez nos agracia com contentamento. MORFINA, escoa como um antidoto, e a platéia mal suspeita o quão complicada para o vocalista é realizar ao vivo esta canção. harmonia e melodia se contrapõem de forma insana nesta composição, baixo e voz em absolutos opostos devem se fundir, algo encalacrado dentro do vocalista Nemmo realiza a façanha.


 LINHAS CRUZADAS. Chega arrastando-se com seus grilhões.  O público entra no compasso. Como uma onda de ar quente. Como o bafo de uma bebida barata. estamos juntos, em afago duvidoso. Que a relação dure até o último acorde. vamos até o fundo do poço. Até o nono círculo, para depois emergir em um novo sangue, uma nova ressurreição. Na sequência ATSA flerta com uma levada punk, ágil, de recado curto e grosso. DOR surge com seu riff solitário. Espaço. O baterista junta-se ao vocalista. As baquetas descem como mísseis aéreos. A dor profunda so pode ser aliviada com a dor maior, até a libertação do espírito por força de sonoridades perfurantes. Como após uma sessão de sanguessugas na idade média, já estamos mais leves. VIDA CADELA. A pedra fundamental, onde tudo começou. Neste final de ano, ela ganha mais impulso, e em sua libido brutal invade os reconditos da psique. É puro ouro negro extraido de minas que não se encontram as nossas vistas. Repartimos o ouro e o pão com os asseclas presentes. E em regojizante comunhão, deixamos o palco.
É hora de SKYLAB. O mestre do submundo psicótico, assumir. E ele nãos e faz de rogado: cercado por músicos de primeira linha, leva a platéia ao delírio logo com sua mais leve aparição. O corpo delgado, até mesmo frágil,. se mostra um verdadeiro ópio para as massas. Convulsão. SKYLAB é um mix de frenesi subconsciente e flerte. Ele induz. ele vicia. Ele fode. Ele fode e escarra, um verdadeiro cafajeste amado com toda a força pelos curitibanos. 3 garotas saem chorando depois de "Feia pra caralho".Ele mexe, ele revolta, ele faz rir, ele é tudo, menos apático. Sem palavras suas mãos vão em busca da toalha branca. Ele usa o palco para dançar com seus proprios demônios. O show alonga-se durante a madrugada, o povo quer mais e mais. SKYLAB vai até o fim. O fim apra ele é distante. é repleto de excessos. Os músicos estão em perfeita sintonia com sua obra. Vem o agradecimento. O final aproxima-se. SKYLAB se arranca rápido. Só se expõe a luz por tempo necessário. Dentro dos camarins, volta a seu mundo. Ninguém mais o vê. mas não há dúvidas: logo, será anunciado outro local para servir de ninho para seus ovos.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Curitiba 28.11.09 - Boletim de Bordo




Foi uma noite inesquecível para nossa trupe. Aportamos em Curitiba relativamente cedo para o início do show. Pouco antes das 21hs estávamoss perambulando pelo largo da ordem e adjacências. Nossos anfitriões do Opera 1 foram muito cordiais e fizeram todas as honras para nos acolher. pessoas muito simpáticas e organizadas. O simbolo máximo da organização foi ver uma banda gringa, que havia sido convocada a participar de um show emo no mesmo local, antes de nosso evento. Chegaram de van e tentaram dar uma forçadinha usando o roadie deles como testa de ferro, chegaram a subir os equipos (que não eram poucos e tampouco leves), sendo uns dois cabeçotes marshall e mesa boogie, mais o bass amp. tentaram forçar o show, mas a bola deles tinha passado e foi cômico ver os roadies gringos descendo as escadinhas com as malas nas costas. Pareciam jesuitas e suas mulinhas.  mas o mais engraçado foi o emo não acreditando no cheiro do banheiro masculino. Enquanto eu entrava a gazela em passo finos cambaleava de um lado para o outro, achei que estava confuso quanto a direção e perguntei tentando ajudá-lo:
- Bathroom?
- No man, i know, i just want to piss, but, i can´t, this thing stinks a lot, i ...(suspiros) i just can´t!

A hora do show estava chegando, lá em cima, especialmente o Dudz fez um ótimo relacionamento com o pessoal do Skylab, que inclusive foi muito gente fina, em emprestar o JCM900.  Acompanhamos a passagem de som do Skylab, e montamos próximo ao bar nossa barraquinha de souvenirs: a venda cds, t-shirts, e no mercado negro o corpinho do nemmo para acompanhamento de senhoras.

Pão de Hamburguer entrou com um southern rock blueseiro, e 3 guitas no palco! Serviu de estopim para esquentar o povo. Quando os trompas de Falópio assumiram, pareciam já velhos conhecidos da casa, as pessoas curtiram muito suas versões para clássicos garageiros,  rolou cover até de Wander Wildner.

Pouco depois era nossa hora. O que dizer? pasmem... entramos em transe total, canalizamos todas as nossas energias, o som fluiu em torrentes abundantes. Entramos em comunhão com a platéia. Agitação. Espamos.  A partir dai nossa visão lá de cima ja nao fazia mais sentido algum, era puro som, a voz do Nemmo cobrindo o local. Chegamos ao final exaustos e extasiados. A experiência foi tão intensa que tenho certeza, meus colegas de banda ainda estão assimilando. Agradecemos a todos os novos amigos que fizemos por lá, e os que carregamos daqui para lá. Se depender de nós, Curitiba sempre.

domingo, 22 de novembro de 2009

Ministry - The Last Sucker


Admiro muito esta banda, sonoramente e por que não também dizer de suas posturas políticas, e agora comprovadamente de honestidade com o seu público.
Sim, dedico hoje este espaço a banda: Al Jourgensen declarou este ser o último lançamento do Ministry: "Eu tenho outras coisas para fazer. Acabei de iniciar um novo selo (13th Planet Records), quero assinar com algumas bandas e fazer a mesma coisa que fiz com o WaxTrax nos anos 80, não somente ser mais um no mercado. Eu acho que é hora de parar - e farei isso enquanto estou no topo, ao invés de ficar por aí durante muito tempo, fazendo como o Aerosmith e os Rollings Stones, lançando discos ruins depois de 30 anos".
Sem fanfarronices, e tocar de trombetas com finalidades mercadológicas a rapaziada sai de cena. Viva a autenticidade.

Clique aqui e curta Ministry nesse domingo.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

HQ: KRIPTA n. 2

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