domingo, 1 de junho de 2008

FUNGO

Eis uma pérola poética de Agostina Akemi Sasaoka.



FUNGO

Visto meu corpo
de mácula
e lanço-me
aos bueiros.

O sexo exposto,
esparramado pela calçada.
O vinho barato
escapole pelas veias,
e contamina a madrugada.
Sinto que será
o último pigarro.

Sou todo bolor.
As rugas repartem os dias
e já não posso ver as estrelas

Há tempos amputei coragem
e escolhi piedade.

Queria arrancar esses olhos
que já não refletem a luz do sol.
A vida é esse
eterno fermentar.
Inclino-me,
em direção ao infinito,
e vomito
o caos.

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